Um dos mais importantes textos de Timochenko Wehbi, “Palhaços” foi sucesso durante anos quando estreou na década de 70 e agora volta em nova montagem dirigida por Léo Stefanini, estrelada por José Rubens Chachá e por Caio Paduan. Com reestreia dia 01 de junho, no Teatro Fernando Torres, a peça não poderia ser mais adequada para Chachá, que completa 50 anos de carreira. E para ajudar aos desabrigados da tragédia do Rio Grande do Sul, as sessões dessa temporada têm ingressos a R$ 20, mais uma garrafa d’água de 1,5L que será doada para o RS.
“O texto revela a minha própria situação enquanto artista, que chega a esse determinado ponto de vida e não tem ainda segurança financeira, estabilidade emocional e econômica. Com 50 anos de carreira já teria uma estabilidade em qualquer outra profissão, não na artística, em que continuamos lutando até não sei quando. O espetáculo é como a vida: você chora, se emociona, tem sua parte do ódio e da alegria”, avalia Chachá.
A peça narra a história de um palhaço que tem a sua rotina alterada ao se deparar com um espectador em seu camarim. O encontro entre Careta (José Rubens Chachá) e Benvindo (Caio Paduan), um vendedor de sapatos, faz com que ambos questionem a vida e a própria existência de uma maneira espirituosa, opondo o palhaço profissional ao palhaço da vida.
Durante a conversa, os personagens passam a se provocar, como em um jogo entre essas figuras opostas, desestabilizando crenças e valores, que se desnudam e refletem acerca de suas escolhas. A todo instante, um dos personagens parece dominar a cena quando, com um simples gesto, o outro rouba a atenção e o poder momentâneo do diálogo. As distâncias e as proximidades existentes entre Careta e Benvindo remetem à metáfora dos homens que os assistem na plateia. “Palhaços” é um convite à reflexão sobre nossas vidas, o que faz com que o público ultrapasse o espaço da lona, do espaço cênico, para ver de perto o verdadeiro palhaço.
“O texto expõe e coloca o dedo na ferida numa questão endêmica num país onde a arte e os artistas não são realmente valorizados. Guerreiros da arte em busca de poder seguir trabalhando com seu sonho, ou ofício, pois ambos são a mesma coisa. Essa questão toca diretamente na minha vida nos últimos quase 20 anos de carreira. Seguir lutando para conseguir permanecer na carreira com dedicação e vocação. Antes do crescimento, o artista busca a permanência, que já é muita coisa. Eu sigo buscando permanecer”, diz Caio Paduan.
Para o diretor Léo Stefanini, “Palhaços” é uma obra-prima da dramaturgia e um sonho que ele queria realizar há muito tempo. “A peça passeia por diversas emoções, diverte, comove, assusta e diverte de novo. E a nossa concepção busca justamente mostrar todas estas facetas. Estamos com dificuldade até para classificar o gênero. É cômico, dramático e trágico ao mesmo tempo! ‘Palhaços’ é um diamante perfeitamente lapidado, com mil faces. Se pudesse, eu classificaria como um thriller tragicômico!”, define o diretor.
FICHA TÉCNICA
Texto: Timochenco Wehbi
Direção: Léo Stefanini
Assistente de direção: Déo Patrício
Elenco: José Rubens Chachá e Caio Paduan
Cenário: Léo Stefanini e Thiago Wenzler
Cenotécnico: Tony Filho
Figurinos: Domingos de Lello e Maitê Chasseraux
Assistente de produção: Rudah Chasseraux
Desenho de Luz: Cesar Pivetti
Trilha Sonora: Sérvulo Augusto
Fotos: Ronaldo Gutierrez
Assessoria de imprensa: Dobbs Scarpa Multiplataformas
Guilherme Scarpa – 21 99653-1772
Fábio Dobbs – 21 99442-0753
Realização: Foto3 Produções Artísticas
SERVIÇO
“Palhaços”
De 01 a 30 de junho
Sáb. às 20h e dom. às 19h
Exceto dias 15 e 16 de junho
Ingressos: R$ 100 (inteira) R$ 50 (meia)
Classificação: 12 anos
Duração: 75 minutos
Teatro Fernando Torres
R. Padre Estevão Pernet, 588, São Paulo
Bilheteria: Sympla