O single “Montaria” chega às plataformas de streaming em 18 de setembro. Nele, Adriano Faquini, um dos grandes músicos de Brasília, com trajetória destacada, principalmente, nos anos 90, divide os vocais com um dos ícones da música brasileira: Ney Matogrosso. “Eu escrevi essa música em 2002, quando morava em San Francisco (Estados Unidos). 20 anos depois, já de volta ao Brasil, sonhei que a cantava com o Ney. No dia seguinte, o produtor Gabriel Ruy me chamou para uma reunião e disse: ‘O que você acha de cantar essa música com o Ney Matogrosso?’. Bom, a história é longa, mas para resumir é isso: “eu, literalmente, estou realizando um sonho com Montaria”, afirma Faquini. Ao receber a canção em violão e voz, Ney Matogrosso comentou: “É uma música forte e me remete à obra do cantor de flamenco Camarón de La Isla. Vai ser um desafio cantá-la, mas eu topo”. Com distribuição digital da GRV Música Media e Entretenimento, o single está com pre-save disponível.
Na ocasião em que “Montaria” foi escrita, Faquini atravessava momentos delicados. Para completar, até o seu violão, objeto de trabalho e elo afetivo com sua alma musical, havia sido roubado. Correu a uma loja de instrumentos e se deparou com um violão Takamine de 12 cordas, em liquidação. Comprou na hora. Ao chegar em casa começou a dedilhar-lo. “A magia daquele instrumento inédito para mim foi tomando corpo. Quando me dei conta, havia composto uma música de pronto numa espécie de catarse em que expressava os sentimentos que afloravam devido às circunstâncias adversas que eu vivenciava naquele momento difícil da minha vida”, relembra o artista. A música ficou guardada entregue às voltas que o mundo poderia dar.
Corta para 1973. Faquini tinha oito anos e, assim como milhões de brasileiros de todas as idades, foi impactado pela banda “Secos e Molhados”. “Eu me apaixonei pela música e pelo visual do grupo. No ano seguinte eles fizeram um show épico no ginásio de esportes de Brasília, e minha mãe me levou lá”, conta. Ele não conseguia tirar os olhos daquela figura mágica, semi nua, descalça, com a cara pintada, cantando, dançando. “Eu me senti envolvido de uma forma transcendental. Meu ídolo até então era o Tarzã e eu me amarrava em andar só de sunga pelas ruas de Brasília. Ir uniformizado para a escola era um martírio, então a identificação foi forte. Naquele momento decidi que queria fazer algo parecido na vida. O Ney Matogrosso era ritmo, originalidade, exalava liberdade”, relembra. Mal sabia ele que um dia se tornariam amigos. E que cantariam juntos…
Nascido no Rio de Janeiro, e radicado em Vitória desde 2007, Adriano é um cantor, compositor e guitarrista brasiliense. Sim. Entre idas e vindas, só se estabeleceu na capital no início dos anos 80, depois de viver com a mãe em cidades como Teerã, Tóquio, Washington e Belgrado, mas foi na capital federal que viveu sua juventude e conheceu a música: “vivências que definiram o meu DNA”. De fato, em 1985 estreou na música e em 1992, aos 19 anos, produziu o show “Mais e Melhores Blues”, na sala Martins Pena do Teatro Nacional Claudio Santoro. Reuniu um time de feras como Celso Araújo, Renato Vasconcellos, Toninho Maya, Marco Brito, Nema Antunes, Leander Motta e participação especial de Raul Mascarenhas. O resultado, registrado em áudio e vídeo, foi distribuído Brasil afora na expectativa de cair nas graças de alguma grande gravadora. Caiu nas mãos de Ney Matogrosso e se não rendeu uma parceria, abriu espaço para a construção de uma amizade cultivada por admiração mútua.
Em 1993, um amigo mostrou “Mais e Melhores do Blues” a Ney, que se impressionou com o trabalho de Faquini e demonstrou interesse em conhecê-lo. Depois de telefonar para Matogrosso numa conversa que já lhe pareceu surreal, Faquini recebeu o convite para visitar o artista em seu apartamento, no Rio. “Então veio o choque de ter a porta aberta pelo próprio! Ele tinha uma estatura e magreza bem próxima à minha, mas para mim ele era um gigante. Enfim, eu ainda o ouvi elogiar o meu trabalho e dizer que era meu fã. Na minha cabeça eu só me perguntava: ‘como assim, o que está acontecendo?’. Por fim, me chamou para jantar e sua cozinheira nos serviu frango ensopado e mocotó. Tudo maravilhosamente muito desconcertante. Só posso dizer que é uma loucura se tornar amigo de um ídolo e, hoje, cantar ao seu lado”.
“Montaria” também é um momento marcante para a comemoração dos 25 anos de atividade da GRV. “É motivo de muito orgulho para nossa companhia se responsabilizar pelo lançamento mundial envolvendo um símbolo da música nacional ao lado de um dos maiores artistas do Planalto Central. Vida longa à música original”, comemora Gustavo Ribeiro de Vasconcellos, à frente da GRV.
SOBRE ADRIANO FAQUINI
Adriano Faquini Iniciou sua carreira em 1985 como vocalista da banda Liberdade Condicional, participando de gravações, shows e eventos que marcaram época durante o boom do Rock Brasília. No mesmo ano, lançou-se em carreira solo e estava entre os artistas preferidos da cidade ao lado de nomes como Cássia Eller, Zélia Duncan, Renato Matos. O palco do legendário Bom Demais era sua segunda casa.
Ao longo das décadas de 80 e 90, entrou com sua voz inconfundível em inúmeras parcerias e projetos ao lado de expoentes da música local como Renato Vasconcellos, Toninho Maya, Haroldinho Mattos, Elenice Maranesi e muitos outros reconhecidos instrumentistas da cidade, além de cantores como Renato Matos, Célia Porto, X Câmbio Negro.
Por ocasião dos 31 anos de Brasília, ao lado de Cássia Eller, Zélia Duncan, Dinho Ouro Preto e Renato Matos, participou das festividades com a gravação de um videoclipe e grande show na Esplanada dos Ministérios para um público estimado em 100 mil pessoas. Quando a capital completou 50 anos, lá estava ele no mesmo lugar se apresentando no show “Brasília Canta Sua História”.
Em 1994 teve a oportunidade de mostrar sua verve de compositor com o lançamento do álbum “Tom da Cor”, com músicas autorais, interpretações e versões. Entre os 25 músicos que contribuíram com a obra estão Márcio Montarroyos, Raul Mascarenhas, Sérgio Galvão, Milton Guedes. No mesmo ano representou Brasília no Festival Ibero-americano em Lisboa e participou da trilha sonora e fez uma ponta no premiado longa metragem “Louco Por Cinema”, do cineasta André Luiz de Oliveira. Em 1995 foi finalista no festival Canta Cerrado da Rede Globo com a composição “Lis Blues” e em 1998 gravou um single promocional para o dia dos pais da música “Feelings” que vendeu 100 mil cópias do CD vinculado à compra do jornal o Dia, no Rio de Janeiro.
Nos anos 2000 se apresentou pelo Brasil, países europeus, Japão e Estados Unidos. Desde 2007, reside em Vitória, onde tem realizado parcerias com músicos e produtores locais como Saulo Simonassi, Gabriel Ruy, Ricardo Caxalote, dentre outros.
Montaria
Ficha técnica
Adriano Faquini e Ney Matogrosso: vocais
Adriano Faquini: letra
Gabriel Ruy: direção musical, arranjos e percussão eletrônica
Chico Chagas: acordeon e teclados
Hugo Maciel: baixo
Edu Szajnbrum: percussão
Marcelinho da Lua: gravação
Jackson Pinheiro e Igor Comerio: edição de áudio
Igor Comerio: mixagem
Rafael Oliveira e Douglas Lopes: produção executiva
Antonio Fonseca Fernandes: gravação e edição de vídeo
GRV: distribuição digital
Serviço:
Lançamento do single Montaria
com Adriano Faquini feat Ney Matogrosso
18 de outubro
Pre-save https://bfan.link/montaria
Ney Matogrosso e Adriano Faquini durante gravação de Montaria, no Rio de Janeiro
crédito: Antonio Fonseca Fernandes
Adriano Faquini nos anos 90, em Brasília
Crédito: Rui Faquini