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Solteiros têm até 80% mais risco de depressão do que casados, aponta estudo global

O estado civil vai além de questões de relacionamento ou convenções sociais – ele pode ter impacto significativo no bem-estar mental

Por inovabr
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Solteiros têm até 80% mais risco de depressão do que casados, aponta estudo global

O estado civil vai além de questões de relacionamento ou convenções sociais – ele pode ter impacto significativo no bem-estar mental. No Brasil, são 81 milhões de solteiros e 63 milhões de casados, de acordo com o último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Uma pesquisa recente, publicada pela revista Nature Science Behaviour, destacou essa influência ao revelar que pessoas sem um relacionamento formal têm até 80mais chance de desenvolver depressão do que casados.

estudo é preliminar, e os especialistas indicam a necessidade de investigações adicionais para confirmar uma correlação robusta entre estado civil e transtornos mentais. “É importante lembrar que a saúde mental é uma soma de fatores, que envolvem todas as áreas da vida de uma pessoa”, ressalta a psicóloga Lara Nepomuceno. A pesquisa analisou dados de cerca de 106 mil pessoas de diferentes países, como Estados Unidos, Reino Unido, México, Irlanda, Coreia do Sul, China e Indonésia. Dentre os participantes, aproximadamente 4.486 apresentaram sintomas de depressão, e ao cruzar esses dados com o estado civil dos entrevistados, observou-se que os solteiros, divorciados ou viúvos tinham taxas de depressão significativamente mais altas.

O levantamento mostra que pessoas divorciadas ou separadas enfrentam um risco de depressão 99% maior que casados, praticamente o dobro, sugerindo que o fim de um relacionamento formal pode deixar essas pessoas mais vulneráveis emocionalmente. No entanto, a pesquisa também alerta que fatores como a ausência de apoio emocional, menor segurança financeira e outros fatores sociais podem contribuir para esse aumento de risco.

Para Lara Nepomuceno, o casamento é um desejo compartilhado por muitas pessoas e é comum fazer a associação entre casar-se e ser feliz, o que expressa os sintomas de viver na sociedade na qual vivemos, que promove a ideia de que ao realizar o desejo, finalmente será “feliz para sempre” desde a infância. “É importante interpretar essa pesquisa como uma avaliação sintomática da sociedade, que evidencia os efeitos subjetivos das construções sociais em cada pessoa”, observa Nepomuceno. 

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Portanto, a psicóloga reforça que estar solteiro não é sinônimo de infelicidade ou de saúde mental fragilizada, mas que a supervalorização do casamento como algo mais importante do que as outras relações pode ser adoecedor. “Somos seres sociais e manter relações de qualidade, sejam românticas, amizades, familiares, e até mesmo as profissionais, que nos permitam ser quem somos, compartilhar problemas e conquistas, faz diferença na nossa saúde mental”, afirma a psicóloga. Para ela, solteiros podem desfrutar de uma vida plena e satisfatória desde que cultivem relações significativas e estejam bem consigo mesmos. 

Para não ficar refém do status civil, a psicóloga recomenda que as pessoas evitem associar a felicidade ou o sucesso apenas a uma vida a dois. “Cultivar autoestima, aprofundar o autoconhecimento e valorizar as próprias conquistas são essenciais”, aponta. Investir em hobbies, atividades de lazer e objetivos profissionais também são formas de viver com propósito e autossuficiência. Assim, a vida se torna equilibrada, e qualquer relacionamento é uma escolha, não uma necessidade.

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