Veja Bem: Por Fernanda Angelo: O ano era 2020, auge da pandemia. Morávamos meu companheiro Edson e eu, na Praia do Francês, em Alagoas (papo para um outro dia). Estávamos sós, longe da família, deprimidos(difícil encontrar alguém com saúde mental naquela época, mesmo morando no paraíso).Chovia bastante e estávamos na varanda da nossa casa. Foi quando ouvimos um som estranho que ecoava da rua. Parecia uns gritinhos de criança. Eu não consegui decifrar. Mas o Edson, que é veterinário, prontamente disparou: “São gatos filhotes. Eles estão na chuva. Vamos lá”.
Eram três gatinhos. Dois pretinhos e um branco e preto. Largados em um terreno em frente à nossa casa. Ensopados, magrinhos, sofridos. Sobreviventes. O Edson pegou um por um. Providenciei uma caixa de papelão grande e os colocamos lá, com água e comida.
“Você sabe que não vamos ficar com eles. Amanhã a gente já tira as fotos e divulga para adoção”. É claro que essa afirmação foi minha. O Edson concordou. Sempre achei gatinhos fofos, mas minha alergia me deixava bem longe deles. Cada fofo no seu canto.
Os dias foram passando. E para quem já tentou doar bichinhos deve saber que não é uma tarefa fácil. O Piu, nosso cachorro super dócil, foi logo se apegando. Você já deve imaginar como essa história termina, né?
Apareceu uma interessada em adotar o gatinho branco e preto. Mas àquela altura ele já tinha nome. Era o Benjamin Button (parecia um gatinho idoso). Ele adorava dormir no meu pé. Não doei.
Assim como Benjamin, que virou Bibi (descobrimos que só havia um machinho), também nos apegamos aos outros dois: Telinha e Tetelo. Ou melhor, o Piu se apegou. E não teve jeito. Ficamos com os três. Tudo pelo Piu. Pense em um cachorro emocionado.
Naquele dia fomos presenteados pelo universo. Três serzinhos que entraram em nossas vidas só para dar amor. Nos fizeram um bem danado durante a pandemia e, claro, fazem até hoje. Há estudos que indicam que gatos têm a capacidade de nos fazer relaxar e reduzir o estresse. Já experimentou a sensação de ter um gatinho amassando pãozinho na sua barriga? Recomendo.
Hoje estamos em Brasília. Pegamos a estrada todos juntos. Uma aventura trazê-los. E a alergia, nunca mais tive. Afinal, dizem por aí que o amor cura.