O espetáculo-instalação Carrego O Que Posso, Faço Quintal Onde Dá entra em sua última semana de apresentações. A peça propõe uma jornada pela poética de objetos, utilizando-os como dispositivos para rememorar o tempo e resgatar histórias esquecidas de mulheres que chegaram a Brasília no início de sua construção. Realizado pelo Coletivo Entrevazios, a montagem está em cartaz até 09 de junho, com apresentações gratuitas em Brazlândia e Núcleo Bandeirante, com sessões sempre às 17h30.
Com recursos do Fundo de Apoio à Cultura (FAC) da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal, as apresentações gratuitas acontecem em praças públicas das localidades, já passou por Planaltina, Vila Planalto, Paranoá, Vila Telebrasília e Candangolândia. A iniciativa também inclui a realização de bate-papos após as apresentações, permitindo uma troca enriquecedora entre artistas e comunidade.
“É uma experiência que convida o público a mergulhar em um universo onde o tempo se desdobra diante de nossos olhos, e os objetos assumem novos significados e narrativas. Nosso objetivo é promover a inclusão cultural e o acesso à arte, enquanto celebramos a riqueza da memória e a passagem do tempo”, comenta Maysa Carvalho, atriz e coordenadora geral do espetáculo.
Com direção de Sandra Vargas, “Carrego O Que Posso, Faço Quintal Onde Dá” narra as histórias de mulheres que deixaram suas cidades natais na esperança de construir uma vida melhor. Na nova capital federal elas tiveram coragem de resistir e permanecer. Criado a partir de uma pesquisa do coletivo Entrevazios com mulheres que testemunharam a construção de Brasília, o espetáculo conduz o público por uma jornada através do tempo e das memórias evocadas por meio de objetos que guardam essas narrativas.
Bacias, lamparinas, ferros de brasa, máquinas de costura, tricô, pilões, panelas, roupinhas de bebê… no quintal, cada item se mostra como um convite à escuta do passado, formando juntos um acervo poético de objetos e memórias das mulheres que também construíram a história de Brasília, uma cidade inventada.
“Este espetáculo traz uma Brasília que poucos conhecem, traz a mãe ou a avó, que sabemos estar em tantas casas, lutando para existir. E por que usamos objetos? Porque eles nos fazem falar daquilo que parece não ter importância neste mundo tão concreto. Trazemos a humanidade escondida num cotidiano que não está nos grandes museus nem nos livros de História, mas que está em nossas casas e parece ser o que faz mais sentido nas nossas vidas”, explica Sandra Vargas, premiada atriz e fundadora do Grupo Sobrevento, pioneiro em teatro de objetos no Brasil e uma referência na pesquisa de linguagem do teatro de animação dentro e fora do país.
Coletivo Entrevazios
Criado em 2014, o grupo vem propondo reflexões e diálogos contínuos sobre Brasília e suas poéticas, investigando as intersecções da cidade com os corpos que a atravessam. Os desdobramentos artísticos do Coletivo incluem trabalhos como: o Livro de Artista ENTREVAZIOS (2014); a intervenção urbana O Estrangeiro (2015); a exposição instalativa De Ver Cidade – Brasília numa caixa de brincar, (2019); a intervenção poética de teatro de animação Lourença (2021); o mini documentário Barraca de Memórias (2023); a exposição Percursos Inventados (2023) e o espetáculo-instalação Carrego O Que Posso, Faço Quintal Onde Dá (2024).
Programação
07 e 08/06 – Brazlândia – Anfiteatro às margens do Lago Veredinha
09/06 – Núcleo Bandeirante – Praça Padre Roque, em frente à Biblioteca Vó Philomena
SERVIÇO
Espetáculo Carrego O Que Posso, Faço Quintal Onde Dá
Data: Até 09 de junho
Horário: Sempre às 17h30
Informações e locais: @entrevazios
Acesso: gratuito