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Obras do chinês Mz Yellow chegam à capital federal

Na primeira exposição do Centro-Oeste livre de carbono, artista reinventa a tradição milenar da caligrafia

Por etc
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Obras do chinês Mz Yellow chegam à capital federal

Começou nessa quarta-feira, 11 de setembro, na CAIXA Cultural, em Brasília (DF), a exposição internacional “Mzyellow: Uma Sinfonia em Quatro Movimentos”, que celebra os 50 anos das relações diplomáticas entre o Brasil e a China, comemorados em 2024. A mostra é a primeira no campo das artes visuais no Centro-Oeste a exibir o selo verde de carbono free (carbono livre).

 

O público vai poder apreciar uma coleção distinta, algumas em grande formato, criadas nos últimos 10 anos por um dos artistas mais dinâmicos e prolíficos da atualidade. “Mzyellow pinta com gestos viscerais, criando imagens abstratas que dialogam com as tradições milenares da caligrafia e da tinta sobre papel de arroz”, afirma Clay D´Paula, curador da exposição.

 

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O artista começou a aprender caligrafia aos 8 anos de idade e a considera parte inseparável de sua vida. Porém, Mz distancia-se do significado semântico da escrita, enfatizando sua expressividade e explorando a materialidade de suportes artísticos.

 

Para Clay D´Paula, especialista brasileiro em arte contemporânea chinesa – também responsável pela exposição na CAIXA Cultural, a mostra reúne interpretações e impressões visuais de Mzyell0w influenciadas pelas enormes transformações em curso na China.

 

“Nascido em 1957 e residente em Suzhou, cidade mais populosa da China localizada a uma hora de carro de Xangai, o artista acompanhou a guinada econômica global em seu país e sua obra foi impactada por ela”, considera.

 

Mzyell0w ao mesmo tempo em que domina com maestria técnicas chinesas  milenares, também faz uso de elementos ocidentais, como tinta acrílica, verniz, corantes e telas. Ele propõe uma sobreposição poética entre Oriente e Ocidente, convidando-nos a pensar sobre as confluências – e os embates – culturais entre civilizações.

 

Uma sinfonia em quatro movimentos

 

Ao invés de organizar o percurso da visita de modo cronológico ou temático, como muitas vezes se faz, o curador optou por agrupar as obras em torno de alegorias associadas ao ciclo do dia. São quatro momentos, relacionados a quatro movimentos, como em uma sinfonia.

 

O primeiro sopro do dia e o nascer do sol trazem obras marcadas pela economia de traços e cores. Obras com mais cor e vivacidade ecoam o decorrer do dia no segundo movimento. No entardecer, as telas do terceiro momento trazem pinceladas ainda mais potentes e vívidas, preparando a atmosfera para as gotas de orvalho. Já no quarto e último momento, em meio à escuridão da noite, as pinturas passam por uma grande metamorfose. “A pintura de Mzyellow é levada ao extremo, chegando ao máximo da sua potência gestual e abstrata”, elucida o curador.

 

A delicadeza do papel de arroz

 

Na percepção do curador, percorrer as salas da exposição é acompanhar, de forma fluida, os gestos do artista. É praticamente sentir o cheiro da tinta, que parece ter sido aplicada naquele instante no papel de arroz – na China chamado de Xuan.

“A frescura e a sensação de tinta recém-aplicada sobre o papel ocorrem porque o Xuan é um suporte de extrema delicadeza, capaz de absorver com precisão as pinceladas, e junto com elas, os sentimentos e questões do artista”, diz Clay.

 

Uma estrela da constelação brilhou mais forte

 

O curador conta que encontrar o artista certo não foi uma tarefa fácil. Ele queria alguém que trabalhasse com pincel e tinta, que tivesse domínio de tradições chinesas antigas, mas que ao mesmo tempo revelasse nuances da China contemporânea.

“Me enviaram mais de 50 opções. Artistas que utilizam a tinta e o pincel para criar obras com reverberações da caligrafia são numerosos na China, conta ele, destacando que a maioria era incrível, mas nenhum oferecia o que buscava.

 

Então, em uma manhã, ele abriu a caixa de email e lá estava uma mensagem de Mz, com uma relação de obras. “Fui arrebatado pela potência de seu processo criativo, pela combinação entre tradição e contemporaneidade e pela gestualidade abstrata, que, apesar de usar a desconstrução dos logogramas chineses como fonte fundamental, é capaz de elucidar questões de nossa era”, conclui Clay.

 

A cena artística na China de hoje

 

As pinceladas velozes e potentes de Mzyellow são de certa forma reflexos da China atual. Nos últimos 30 anos, o país saltou de uma nação empobrecida para a segunda maior economia do planeta, rumo à liderança mundial. A velocidade desse crescimento econômico e em infraestrutura, com poucos precedentes na história da humanidade, impactou imediatamente a cena artística chinesa.

 

Antes da pandemia de Covid-19, cerca de 100 instituições de arte estavam sendo erguidas anualmente na China. Algumas delas administradas pelo próprio governo e outras por empresas privadas. Embora algumas dessas organizações ainda não estejam com as portas abertas para o público em geral, elas contribuem para a propagação da arte chinesa em nível global, por meio de exposições de artistas do país e de fora.

 

Inovação no campo das artes visuais: primeira exposição do Centro-Oeste livre de carbono

 

A exposição “Mzyellow: Uma Sinfonia em Quatro Movimentos” é a primeira no campo das artes visuais a fazer a compensação de carbono no Centro Oeste e exibir o selo verde de carbono free (carbono livre). A ação faz parte da parceria entre a produtora 2 levels exhibitions, que realiza a exposição, e a empresa Greenline Carbonsat, para compensar  todas as emissões de CO2-e.

Para isso, foram utilizados créditos de carbono gerados por projetos próprios no território brasileiro, de preservação florestal e desenvolvidos pela empresa. Os projetos seguem a Metodologia Greensat, a qual garante a compensação ambiental eficaz e alinhada com as práticas de sustentabilidade. Os patrocinadores – Ministério da Cultura, CAIXA e SATE GRID – também se destacam por assumir o

compromisso com a preservação ambiental em seus projetos e ações.

 

Serviço: 

[Artes Visuais] MZ YELLOW – Uma sinfonia em quatro movimentos

Local: CAIXA Cultural Brasília. SBS Quadra 4 Lotes 3 e 4, Asa Sul, Brasília/DF

Visitação: de 11 de setembro a 03 de novembro de 2024

Horário: 9h às 21h (terça a domingo)

Entrada Franca

Classificação indicativa: livre para todos os públicos

Acesso para pessoas com deficiência

Informações: (61) 3206-6456 | www.caixacultural.gov.br

Assessoria de Imprensa: Patrícia Gripp (61) 9984-0495

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