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Outubro Laranja: mês da conscientização sobre o TDAH e a importância do diagnóstico precoce

Especialista explica o que é esse transtorno, como e quando é diagnosticado e ainda, a importância do tratamento adequado

Por etc
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Outubro Laranja: mês da conscientização sobre o TDAH e a importância do diagnóstico precoce

O Outubro Laranja é uma campanha dedicada à conscientização sobre o TDAH, com o objetivo de educar a sociedade, combater o estigma e encorajar o diagnóstico precoce e o tratamento adequado. Esta é uma oportunidade para promover uma abordagem mais empática e informada sobre o transtorno, beneficiando tanto crianças quanto adultos que convivem com o TDAH.
De acordo com o Ministério da Saúde, a maioria dos diagnósticos é feita em crianças e adolescentes dos 6 aos 17 anos, com cerca de 7,6% do total, 5,2% em jovens e adultos, dos 18 aos 44 anos e 6,1% em maiores de 44 anos. Esses números correspondem a aproximadamente 11 milhões de brasileiros afetados pelo transtorno, conforme dados divulgados em 2022. A nível mundial, os casos variam de 5% a 8%, conforme a ABDA, Associação Brasileira do Déficit de Atenção.
Mas, o que é o TDAH? A médica psiquiatra e presidente da Associação Psiquiátrica de Brasília, APBr, Renata Figueiredo, explica que ele é caracterizado por três principais sintomas: desatenção, hiperatividade e impulsividade. O que, conforme a especialista, impacta a capacidade de planejamento, controle de impulsos, foco e regulação de emoções, prejudicando significativamente a vida de quem convive com o transtorno.
Para a médica, a conscientização sobre o TDAH, promovida pela campanha Outubro Laranja, é essencial para a educação da sociedade e para o incentivo à busca por um diagnóstico médico adequado. “Nos últimos anos, houve um aumento no número de diagnósticos de TDAH, o que reflete uma maior conscientização sobre o transtorno. No entanto, também temos visto o crescimento de auto diagnósticos e tratamentos inadequados, baseados em informações superficiais”, alerta Renata.
TDAH: Um transtorno que vai além da infância
Embora o TDAH seja normalmente identificado na infância, a partir dos seis anos, muitas pessoas só percebem o impacto do transtorno na vida adulta, especialmente quando enfrentam dificuldades em áreas como organização, atenção e controle de impulsos. Figueiredo destaca que os sintomas variam conforme a idade, sendo mais evidentes em crianças pela inquietação e dificuldade em seguir instruções, enquanto adolescentes e adultos podem apresentar procrastinação, desatenção constante e dificuldades com gerenciamento de tempo.

A psiquiatra explica que o TDAH pode ser dividido em três subtipos:

  • Predominantemente desatento: dificuldade em manter o foco.
  • Predominantemente hiperativo: comportamentos agitados e impulsivos.
  • Combinado: presença de sintomas de desatenção e hiperatividade/impulsividade.

Além disso, ela aponta que o transtorno é frequentemente acompanhado de comorbidades, como ansiedade, depressão e transtornos de conduta, o que pode tornar o diagnóstico e o tratamento ainda mais complexos.

A importância do diagnóstico precoce e tratamento adequado
De acordo com a presidente da APBr, o diagnóstico precoce é fundamental para que a pessoa com TDAH possa receber as intervenções adequadas desde cedo, evitando complicações como baixo desempenho escolar, problemas sociais e baixa autoestima. “Identificar o TDAH rapidamente possibilita que pais, educadores e a própria pessoa compreendam melhor a condição, evitando punições desnecessárias e promovendo um ambiente mais acolhedor”, reforça.
O tratamento, segundo Renata, costuma ser multimodal, envolvendo terapia comportamental, medicação, psicoeducação e estratégias educacionais. “A combinação dessas abordagens ajuda a pessoa a lidar com o transtorno em todas as fases da vida, desde a infância até a vida adulta”, relata. No entanto, a médica reforça que há diversos perigos no autodiagnóstico. “Muitas pessoas, especialmente por influência das redes sociais, acabam se autodiagnosticando, confundindo sintomas do TDAH com outros transtornos, como ansiedade e depressão. Isso pode levar a tratamentos inadequados e ao uso incorreto de medicamentos”, alerta.
A necessidade de políticas públicas
Além da conscientização promovida pelo Outubro Laranja, Renata Figueiredo destaca a necessidade de políticas públicas voltadas para o diagnóstico e o tratamento do TDAH. Ela defende a capacitação de profissionais de saúde e educadores, além da disponibilização de medicações e terapias através do Sistema Único de Saúde (SUS), para garantir que todos, independentemente da classe social, tenham acesso ao tratamento integral e contínuo.

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